Título: Submarino
Original: Submarine
Autor: Joe
Dunthorne
Páginas: 400
Editora: Galera
Record
Primeiro romance de Joe Dunthorne, esse livro conta a história de Oliver Tate, um adolescente de 15 anos e como ele consegue realizar suas ambições, que são: descobrir por que seu pai às vezes fica na cama por dias; descobrir por que sua mãe está aprendendo a surfar – e aqui entram outras suspeitas – com um hippie meio maluco e perder a virgindade antes que isso deixe de ser ilegal.
Olá, pessoas! Dessa vez é a Andréa aqui. Vim falar desse livro com gostinho indie rock para vocês. Vale lembrar que tem filme sobre ele, com o mesmo nome (e uma
trilha sonora fofíssima feita pelo Alex Turner do Arctic Monkeys), e como
assisti ao filme antes de ler o livro, não consegui não fazer um paralelo.
Aproveitem!
O livro começa com Oliver Tate, nosso protagonista, fazendo
uma digressão meio aleatória – o que vamos acabar percebendo ser algo bem comum
dele e de fundamental importância para a compreensão da construção do
personagem – e logo depois ele se apresenta para nós. Pelo começo já percebemos que
estamos diante de um protagonista adolescente incomum. Seus pensamentos, a
maneira como ele planeja e põe em ação seus planos, o que ele fala e
principalmente como ele fala, nos põe diante de um personagem fascinante.

“Se manejado com cautela, ser pirado pode ter suas compensações. Uma vez, costurei meus dedos em forma de teia de aranha, passando a agulha com linha preta pela pele da ponta dos dedos e por cada articulação, até formar uma teia. Fui mandado para a enfermaria e, desse dia em diante, Graham Nash parou de me chamar de “Oliver Babaca”.”
Oliver é um personagem meio problemático, mas extremamente
cativante e carismático. É difícil se identificar com ele, mas é tão difícil
quanto não acabar gostando dele. Como a narrativa é em primeira pessoa, tudo
que nos é passado vem dos pensamentos de Oliver Tate, acho que até por isso é
tão difícil não se deixar cativar. Os outros personagens são interessantes, mas
a estrela aqui é o nosso protagonista bizarro. Jordana, a namorada de Oliver é
um personagem tão curioso quanto ele, mas confesso que gostei mais dela no
filme. Os pais, Lloyd e Jill são o que acabam fazendo a trama girar, já que é
por causa deles que a maior parte das coisas acontecem. Também são personagens
interessantes, e bem mais desenvolvidos no livro. Tem também a Zoe, que é uma
colega de Oliver e que não parece ter lá muita importância, mas eu achei o
trabalho do autor em cima dela fantástico, principalmente quando ela volta para
a trama. Tem outros personagens, mas não chegam a ser tão importantes.
“Continuarei a ser uma eterna vítima, tal como Zoe, que, neste momento, provavelmente está à toa por aí, chafurdando em sua existência lamentável. A pessoa pode trocar de escola quantas vezes quiser, mas, se pensar em si mesma como vítima, continuará a ser vítima.”
Com relação ao filme, na época que eu assisti – por volta de
2011, 2012 – achei bom, mas senti que tinha faltado alguma coisa. Até hoje acho
que o filme foi estranho demais para mim (e olha que eu adoro coisas estranhas).
O filme funciona bem, mas até hoje não consegui identificar o que é que ficou
faltando. Provavelmente terei que assistir novamente em algum momento do
futuro. O livro é bem mais denso, Oliver Tate é mil vezes mais bizarro, os
conflitos são bem mais pormenorizados e o Happy Ending do livro não é tão comum
como o do filme – o que me surpreendeu bastante quando terminei o livro. Claro
que o livro é melhor, como quase sempre. Aliás, quando terminei a leitura,
senti um pouco o mesmo que senti com filme, que estava faltando alguma coisa.
Hoje percebi que precisava digerir um pouco a história. Eu estava esperando uma
coisa e o autor me levou para um lugar completamente diferente. Adoro quando
sou surpreendida dessa forma, mas como eu já disse, não é um livro comum.
Oliver Tate não é a idealização de como um adolescente deve ser. Ele é quase
real demais. E isso acaba causando certo incômodo. Ou seja, gosto muito mais da
história hoje do que quando acabei de ler e apesar de ser um livro sobre
adolescentes feito para adolescentes, acho que requer certa maturidade para
entender direito a história.
No fim das contas, recomendo tanto o livro quanto o filme.
Mas não vá esperando uma história bobinha. Esse livro traz mais reflexões do
que parece à primeira vista. E se você tem algum problema com relação a
conteúdos sexuais, nem chegue perto do livro. Oliver Tate, como bom adolescente
passa páginas e mais páginas pensando sobre sexo – e não só com a Jordana. Ah,
e é bom ressaltar como a edição é linda. Sério. A capa é toda desenhada, o
interior também é cheio de cuidados, dá muito gosto de ler.
Abraços e até a próxima.

Sua resenha me instigou a ler o livro e ver ao filme. Um livro para adolescentes que requer certa maturidade pra ler...parece interessante. Vou procurar ele!
ResponderExcluirE essa capa, adoro livros que tenham capa nesse estilo....apenas com contornos desenhos
Que bom saber que você se interessou :D
ExcluirAchei a capa super linda também, a edição foi super cuidadosa com esses detalhes. Espero que goste. Se quiser alguém para comentar depois, estou super disponível kkkkkkkk
Abraços.
Oi Andréa!
ResponderExcluirNão li ao livro, só assisti o filme e tive a mesma impressão que vc. Parecia faltar algo e aquilo me incomodou muito. Foi tanto que nunca tive coragem de pegar o livro para ler por medo de me decepcionar com ele também,
Enfim, sei que não vou encontrar uma história que vai me arrebatar, mas pretendo ler um dia.
Beijos
Coisas de Meninas
Olá, Neyla!
ExcluirCriei mil teorias na época que vi o filme pra justificar não ter gostado, acho que por ser bem o tipo de coisa que eu costumo gostar e a quebra de expectativa me deixou bem incomodada. Mas o livro é consideravelmente melhor, e recomendo ler com calma para perceber as sutilezas do livro. De fato, não é das histórias mais arrebatadoras, mas eu acho que vale a pena dar uma chance para o que o livro tem a oferecer. E se possível, tente esquecer do filme durante a leitura, vai te criar expectativas errôneas sobre a história (principalmente sobre o final).
Abraços.